O projeto
O Projeto
O Contrato nasceu da vontade de Lucia Helena Fernandes Stall mudar uma situação que presenciava todas as manhãs, antes de chegar no seu escritório de trabalho.
Em 1999, cinco crianças poderiam ter um outro futuro, se não fosse a ação dessa advogada e de seu espírito solidário.
Sozinha, com os recursos próprios, dentro dos limites de suas possibilidades financeiras, Lucia selou uma espécie de Contrato com os meninos, cujas regras foram definidas sem paternalismo. “Eu forneço uma cesta básica e material escolar e vocês me prometem sair da rua”. O toma lá e dá cá. “Fechado”, disseram eles.
Muita água rolou nesse tempo todo. Dificuldades, desafios, que esses meninos, hoje homens e pais de família, vivenciaram junto com sua mãe de coração. Lucia não somente ofereceu um pouco de ajuda financeira, como também mostrou o caminho para eles, com conselhos, carinho e apoio em momentos difíceis.
“Dra. Lucia eu gostaria de ser jogador de futebol”, disse um deles. Lá ia ela em busca de doações e escolinha para os meninos. “Sabe, dra. Lúcia preciso de carteira de motorista para conseguir empregos melhores”. Nossa orientadora pagava um autoescola para ele.E assim os anos passaram e cada um foi formando sua família e se situando na comunidade como pessoas de bem. A transformação não se limitou apenas aos meninos, toda a família mudou a forma de agir e pensar.
Muita gente pergunta por que ainda, depois deles crescidos, e de tantos anos passados, que Lúcia ainda se dedica ao projeto. Ela responde categórica, que uma transformação social somente ocorre efetivamente na segunda geração da família em transformação.
“Esta ação não pode ser um caminho de mão única. Como processo de transformação exige a participação de dois atores: o voluntário e o beneficiário, e cada um cumprindo a sua obrigação. O doador oferece, e a outra parte demonstra a vontade de transformar os seus caminhos.
De que forma mudar um sociedade em que as crianças vão às ruas pedir esmola para contribuir com a renda familiar ou drogar ou se prostituir?
O Contrato fez diferença na vida pelo apoio emocional, financeiro e sobretudo pela continuidade. “Não é o dar hoje e encerrar o trabalho. Deve haver persistência em prestar auxílio, receber o retorno, e, continuar estimulando a transformação”, frisa a advogada.
“A ideia é promover o indivíduo a inserir-se na comunidade sem perder a identidade e caracterização. É semear a construção de cidadãos livres e cientes de seus valores dentro de uma sociedade. Fazer caridade no seu verdadeiro sentido – oferecer seu amor ao próximo” .
Valdinei Felix Ribeiro, Marcos Aurélio de Lima , Elias Vieira da Rosa , Alex Marcelino, Carla de Matos, Luanna e Leandro… Sabem que podem contar com uma amiga, conselheira e apoiadora de seus sonhos.