Tia tem uma moedinha?
Era final do ano de 1998, todos os dias eram muito iguais, chovia, o céu ficava cinzento, fazia sol e o céu se iluminava, mas naquela esquina no semáforo do supermercado estavam aqueles meninos, alegres, bonitos nos seus trajes simples, sempre atrás de uma pequena ajuda. “Tia tem uma moedinha?”, pediam.
Até que um dia, a janela do carro, escura pela cortina de insulfilm, foi lentamente baixada e veio a pergunta.
– Quais são os seus nomes?. Estudam?. Que turno vão à escola?”, perguntei. Se a hora era final de tarde, eles respondiam:
– Estudo pela manhã”.
Mas se a hora era de manhã, respondiam:
– Estudo à tarde.
Eu questionava:
– Mas ontem vocês estavam aqui pela manhã!
– Às vezes faltamos a aula, respondiam.
E os dias transcorriam naquela cantilena. Agora já esperavam por mim ansiosos. Talvez a única motorista que fazia a gentileza de baixar o vidro e conversar alguns segundos com eles. Assim fiquei sabendo o nome de todos os cinco, com quem viviam, onde moravam, onde estudavam “de vez em quando”.
Comecei a achá-los ótimos, espertos, inteligentes e bonitos. Até que o Elias então com 14 anos, me pediu um presente porque era seu aniversário, respondi que deveria me trazer a Certidão de nascimento. Não teve dúvida, no dia seguinte lá estava ele com sua Certidão erguida no alto, na frente do semáforo e recebeu o presente. Neste momento percebi que já éramos amigos, que aqueles meninos precisavam de uma ajuda efetiva.
Pensei… refleti…
Levar para casa não vai levar a nada, eles tem uma família, mesmo que desagregada, são a família com laços de amor que os envolvem. Pedir ajuda para uma instituição, seria percorrer um caminho árduo sem a certeza de um apoio no resultado final. E pensando e lembrando que eles já moravam no meu coração, decidi trazê-los para uma conversa no meu escritório.
DICA
- Em nossa história alguns pontos serão destacados para que o contrato seja bem sucedido.
- A primeira questão a considerar é que as crianças, em hipótese alguma, devem ser retiradas de seu ambiente familiar.
- Observar que neste início de história, Lucia resolve estreitar os laços de amizade e conversar com eles num ambiente neutro, distante da sua própria família. Os meninos são convidados para uma conversa em seu escritório profissional.
1 comentário
Lúcia Helena sempre ajudou o próximo, principalmente crianças. Este é um exemplo de que quando existe amor e dedicação a vida muda.